sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Só uma conversa

O grande problema de você ser tão prestativo, amigo, conselheiro e tudo o mais, é que você se da tanto pra todo mundo que quando chega a hora de falar de si, você trava.

Ninguém consegue ultrapassar um centímetro que seja além da sua pele.

Quando alguém desabafa com você, você é o senhor conselho. Sabe de tudo, é super sincero. Deixa de fazer tudo o que está fazendo pra ajudar quem tá precisando. Mas quando você precisa desabafar, a única coisa que você faz é se enterrar na cama com um fone, músicas tristes e cavar mais ainda a fossa que você já se encontra.

Não vale viver de aparências, a gente precisa ser sincero com quem quer que seja. Mais acima e mais importante do que isso, é ser sincero consigo mesmo. Saber admitir o que você tá sentindo e saber a hora de pedir ajuda. Desabafar com alguém.

A gente sabe que são muitas coisas, são problemas de todos os tipos que te incomodam e te deixam assim pra baixo. A gente entende que tem coisas que nem palavras conseguem expressar, as vezes dói tanto né? As vezes a gente precisa de uns 3 banhos por dia pra poder se recompor. Ouvir aquela música... Dizem que  é bom passar por isso, sofrer e tal, chorar e tal. É, deve ter algum fundamento, a gente precisa chorar, deixar sair da gente o que nos faz mal. E que tal se abrir com alguém?

Aquele amigo que sempre conversa com você, ou aquele amigo que você não fala a tempos. Qualquer um. Qualquer palavra vai ser boa, qualquer abraço já é bom, já faz bem e já te cura.

Tem hora que não dá mais.

Tem hora que a gente precisa fingir que tá escrevendo um post pra alguém pra poder ser sincero.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Now is good

Todo mundo tem o direito de ter suas próprias loucuras,
seus próprios momentos de incertezas, de dúvidas, de medo.

Todo mundo tem que viver momentos para serem lembrados,
Sem pensar se a gente vai ser lembrado por alguém ou não.

A gente tem que viver o melhor que a gente pode viver.

Do que adiantaria passar por aqui sem aproveitar ao máximo?

A nossa vida toda é feita de momentos, momentos que nos levam ao fim. Porque a nós não podemos fazer esses momentos durarem mais eu já não sei responder. Mas a gente tem uma chance de fazer dar certo. Só uma chance. Então vamos fazer dar certo.

Viva todos os verbos que você conseguir listar.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aquela galera que a gente chama de família

Eu não ganhei um carro por ter me formado, nem uma roupa cara, um perfume, um relógio de ouro ou algo desse tipo. No dia da minha formatura eu ganhei um álbum de fotos. Um daqueles álbuns bonitos, com uma capa verde, escrito com letras douradas. Minha mãe me disse que tinha passado a noite toda fazendo e queria que eu lesse naquela hora, eu não li, li agora de pouco. E como tem momentos que a gente precisa colocar pra fora o que está sentindo, aqui estou eu.

O álbum é na verdade uma história. A minha história. Minha mãe colocou fotos desde meus bisavós até hoje. Ela contou como eles se conheceram, contou de como a família dela viveu cercada de amigos e felicidade, falou do vô Nelson e da (linda) da vó Inês. Do lado de cada fotinha ela ia colocando descrições e atrás das fotos ela contava um pedacinho da história. Ela pulou a parte que fala sobre meu pai, tem suas razões para tal. Mas aí ela começou a contar de mim, me descrever com as melhores palavras possíveis desde que eu era um neném  uma criança. Contou de quando eu brincava por aí, saia pela rua, falou do que eu gostava e mais um monte de coisa. Ela conseguiu encontrar fotos de todos os momentos da minha infância, me fez reviver muita coisa, até dos animais de estimação ela lembrou. Os aniversários, as apresentações, as formaturas, os natais. Ela também falou das minhas sobrinhas, colocou fotos delas e conseguiu escrever ali coisas como se fosse eu que estivesse escrevendo. Tudo isso pra chegar ao momento que eu vim pra Bauru, ali ela escreveu tudo o que ela deve ter imaginado de como foi minha vida nesses 4 anos.

E de repente o que era um álbum de fotos virou um lugar de cartinhas. Dela, da minha vó, minha irmã, tios e até das sobrinhas. Todos ali desejando coisas lindas e muito sinceras prum momento único na minha vida. Cada um deles teve um pouquinho de participação para que eu chegasse onde eu estou hoje. E é disso que eu fiquei com vontade de falar. De família.

Algumas vezes eu já falei aqui que não sou o cara mais aberto e mais sincero e que fica falando assim de mim aos quatro ventos. Nem pra minha família eu sou assim. Isso não significa que eu não os ame e não os respeite. Mas esse presente me fez ver o quanto tantas coisas tiveram que acontecer pra eu estar onde eu estou, como cada peça da minha família teve que se encaixar pra eu me tornar o homem que eu me tornei.

A gente briga sim, muito, por tudo, a toda hora, mas são coisas tão banais que logo depois a gente já está se amando de novo. Eu tenho que agradecer a cada dia que passa pela família que eu tenho. Eu cresci num lugar maravilhoso, com gente que me amava e que cuidou de mim em todos os momentos da minha vida, até hoje por sinal. Família é uma dessas coisas da vida da gente que a gente precisa parar e admirar. Sendo ela como for. É família, é base, é criação, é amor, do mais puro e verdadeiro.

Eu me formei e só tenho a agradecer a eles.

Aos meus pais, que apesar dos trancos e barrancos me ensinaram a ser forte desde pequeno, à lutar pelos meus objetivos e a confiar em mim e dar a cara pro mundo bater.
À minha mãe, em especial, que esteve 24 horas ao meu lado durante esses 21 anos, por toda a encheção, a amolação e as palavras, os ensinamentos, a preocupação, a torcida, o amor e por ser um exemplo de mãe, pai e guerreira, diante de qualquer obstáculo, emocional, físico ou qualquer outro.
À minha irmã, a quem eu devo (e pude perceber isso só há pouco tempo) muito do que eu sou. Se eu sou tudo isso, ela é muito mais! Por ser tão amiga, tão parceira, tão exemplo em tudo e ser tão humana, tão carinhosa e, principalmente, tão verdadeira.
Aos meus avós que me mostraram que um coração pode ter sim o tamanho do mundo e abrigar quem quer que seja. A Dona Inês que está aí firme e forte, por ser a pessoa mais maravilhosa que eu já conheci na minha vida, por ser amiga, minha maior fã, minha maior protetora e meu maior exemplo a seguir.
Às minhas sobrinhas por me ensinarem que amor é imensurável, sem limites e livre de todas as amarras.
Aos meus tios e primos por toda a cumplicidade.
E principalmente a Deus, por me dar a honra de viver ao lado deles.

Daqui pra frente sabe-se lá qual vai ser meu caminho e o que está reservado pra mim. Mas eu sei que eu estou pronto para o que vier. Atrás de mim tem uma rocha enorme pra impulsionar cada vez mais longe, me proteger caso eu caia e me impedir de desistir.

MUITO OBRIGADO por me amarem como eu sou e por estarem comigo sempre.

EU AMO VOCÊS!

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Das despedidas: RP 2009-2012

Seria muito pedir pra vocês ficarem mais um pouquinho?
Não é querer ser egoísta da minha parte, mas é que quando algo entra na sua vida com tanta força assim é díficil dizer adeus. É assim e sempre vai ser. Despedidas não são legais.

Há 4 anos nós eramos apenas pequenas crianças tentando fingir que éramos gentes grandes.
Por motivos e forças que a gente não faz ideia de onde vem, nós fomos colocados juntos, na mesma cidade, na mesma sala. Pra conviver no mínimo 4 anos de nossa vida. Você já parou pra se perguntar quais as chances disso ou daquilo acontecer? Pois é, quais eram as chances de a nossa sala ser do jeitinho que ela é? Toda cheia de esquisitisses e alegrias.

Dizer que nós fomos a sala mais unida e mais amiga é mentira. Mas todo mundo sabia se olhar, se respeitar e ser amigo, de quem o coração escolhesse. Porque não é só uma amizade de faculdade, não é só um coleguinha de classe... Vocês foram as pessoas que moraram comigo por 4 anos, que me viram de todas as maneiras possíveis, loiro, moreno, careca, sujo de tinta, de lama, molhado, seco, na balada ou numa aula tédio por aí... Tantas partidas de truco jogadas, tantas cervejas tomadas, tantas conversas jogadas fora num corredor, numa calçada, numa garagem.

Não interessa o que aconteceu durante o caminho... alguns se distanciaram, inclusive eu, devido ao destino estar nos encaminhando... alguns mudaram radicalmente, outros continuam lentinhos e bonitinhos como sempre foram. Ver as mudanças de cada um é de se dizer, incrível.

Foram mudanças de casas, comissões indo e vindo, matérias sendo empurradas com a barriga, contas para passar sem estourar de faltas, tantas aulas burladas em conjunto, tantos boicotes às aulas no laboratório, tantas cervejadas mal planejadas que viraram sucesso, tanto dinheiro jogado, tanta tanta tantas histórias. No mínimo umas 500 horas só de riso. Gargalhada pra ser mais específico.

Ter feito parte disso tudo me deixa muito honrado, muito feliz, muito agradecido.



A gente não sabia o que ia ser a unesp há 4 anos atrás, hoje a gente não sabe como vai ser nosso futuro. Mas eu tenho certeza que, ao menos eu, vou olhar pra trás e lembrar com um aperto no coração.

Foi incrível, foi mágico, foi honesto, foi divertido, foi arriscado, foi planejado, foi jogado, foi feito a cada dia. E vai ser lembrado, revivido, resonhado, contado, recontado e ilustrado. Que cada um possa se lembrar do que mais gostou, do que mais marcou. E que cada um possa ser lembrado. E que tudo isso fique pra sempre

Foram 4 anos muito bem investidos.
Obrigado às pessoas mais desconexas, mais simpáticas, mais amigas e mais companheiras. Por sermos tão diferentes e tão iguais.

Valew RP 2009!!
Foi bom demais!!!

PS1. Valew ao Léo e ao Tropeço por me aguentarem por 1 ano!
PS2. Valew a Saga e a Salsa, por me abrigarem!
PS3. Valew à Gaiola por representar sempre!
PS4. Valew aos mulekes mais sem noção!
PS5. Valew às Lindezas que fizeram tudo ter mais graça!
PS6. Valew pra quem estudou, passou a sala toda!
PS7. Valew Comissão dos Bixos! Um dos meus maiores orgulhos!
PS8. Valew Comissão de Formatura! Dia 8 tá aí!
PS9. Não existe PS9.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Porque você dança?

Me perguntar o porque eu danço é tipo pergunta por que eu respiro.
E aí você pode pensar que vai vir todo aquele clichê de filmes de dança quando os atores vão explicar o porque eles dançam. Mas eu vou colocar os meus porquês, do meu jeitinho.

Eu nunca fui muito feliz com meu físico, com o jeito que eu lido com meus sentimentos ou com a minha relação com a minha família. Dizer que tudo era péssimo é pesado... Eu só não me sentia bem com essas coisas. São coisas assim que começam a te fazer enxergar dentro de si mesmo, é através das feridas que a gente enxerga nosso interior. E lá no fundo eu via que em algum momento eu ia suprir os meus problemas com algo maior (não vamos entrar no mérito de Deus aqui, porque Ele sempre irá me completar em todos os sentidos). 

Movimentar-se sempre chamou minha atenção. Me mexer por aí... Me lembro de um natal quando minha irmã ligou o rádio e falou para a minha família me olhar dançar.. eu devia ter uns 5, 6 anos. Provavelmente foi minha primeira performance... Tudo que era possível eu me enfiar e que envolvesse dança eu estava lá, desde sempre, em todas as escolas, clubes e qualquer lugar que eu ia. Mas eu era muito novo pra perceber que aquilo era o que o destino tinha reservado pra mim.

Quando eu fiz minha primeira aula de dança eu sabia que era ali que eu tinha que ter estado desde sempre. Aprender a controlar seus movimentos, a se expressar usando seu corpo é um dom sim. e é um técnica também. A combinação dos dois é que faz a diferença. Digamos que até hoje eu moldei muito mais meu dom do que minha técnica. Mas não é muito disso o motivo desse post. A ideia é dizer porque eu danço.

A primeira vez que, depois de uma apresentação, um amigo meu chegou em mim, chorando, dizendo que o que eu fazia com meu corpo era incrível, que eu lembrava o irmão dele que dançava e pra que eu não parasse nunca, foi a primeira vez que eu pensei em levar aquilo pra minha vida, como meio de viver. Uma outra vez eu ouvi de um grande amigo, depois de uma dança que dei de presente pra ele, que eu conseguia passar emoções através dos meus movimentos e ele em lágrimas me emocionou demais. E um terceiro momento, foi quando um outro amigo, depois de ter visto um vídeo meu, me olhou e disse: Marcelo... você dança. Entender o que ele quis dizer foi muito bom, foi reconfortante, revigorante.

Muitas pessoas que dançam não tem total apoio de seus familiares. Não é muito diferente comigo. Eu nunca ouvi nada do que eu ouvi dos meus amigos de alguém da minha família. Acho que eles não conseguem entender a importância da dança pra mim. Vai ver um dia eles leiam esse post e entendam.

Dançar pra mim é isso. É viver. É respirar.
É não ter medos. É não ter vergonha de ser quem eu sou, do jeito que eu sou.
Dançar pra mim é o único momento que eu consigo ser completamente honesto comigo mesmo e com o redor do mundo. São aqueles 5 minutinhos de paz interior. Dançar é fechar os olhos e continuar enxergando. Dançar é enxergar com os dedos, com os pés, com cada poro do seu corpo. Dançar é deitar no ar e se sentir seguro. É estar livre de tudo e de todos, é poder correr pra onde a gente quiser. É ser quem a gente quiser ser. Dançar é um sonho. É um pequeno pedacinho do paraíso.

E eu danço por isso.
Pra poder sentir cada parte de mim viva. Pra poder tirar de dentro de mim tudo o que me incomoda ou o que me deixa feliz. É fazer dançar todas as minhas lágrimas e os meus sorrisos. Eu danço pra me sentir parte de algo, parte de mim mesmo.

A vontade é de largar tudo e começar tudo de novo.
E dessa vez começar dançando.

Eu ainda vou me ver dançando e sendo reconhecido. 
Eu ainda vou fazer minha família me entender.
Eu ainda vou conseguir fazer as pessoas se conectarem comigo através da minha dança.
Eu ainda vou arrancar sorrisos, suspiros e lágrimas de quem se sentir livre pra embarcar comigo na minha história.

Eu ainda vou dançar. E continuar dançando.

domingo, 30 de setembro de 2012

Gravando

Já não bastava eu ser complicado.
Você tinha que ser também?

Eu monto a cena perfeita na minha cabeça.
Os diálogos que se encontram, as ações que se completam e até as reações das pessoas ao redor.

Mas na hora não é a mesma coisa.
Na hora os sentimentos não são os mesmos. 
Viver é diferente do que imaginar.

São pensamentos que atrapalham...
São ações de um outro qualquer que atrapalham...
E a gente se perde pensando quando deveria estar curtindo.

Difícil fazer tudo dar certo como a gente quer.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Talvez seja tudo bobeira

Bobo é você que se deixa ser assim. 
Bobo é você que corre atrás.
Bobo é você que não aprendeu que ninguém tá nem aí pra ninguém.
Bobo é você que liga, que pergunta, que corre atrás e que se preocupa.

Não sei se existem pessoas assim mais nesse mundo.
Pessoas que se importam com as outras pessoas.
Já é recorrente eu ficar falando de sentimentos e clamando pelas pessoas se perceberem, se notarem, se preocuparem e parar de ficar tentando ter o abdômen perfeito, uma quantia enorme de dinheiro na carteira, um carro pra te levar pra lá e pra cá. Já ta ficando cansativo tentar ser alguém que o mundo não aceita.
Parece que não há espaço pra quem quer viver uma vida baseada em vivências, em relacionamentos, em momentos únicos que vão te marcar pra sempre.

Não é um objeto que vai te transformar, não é uma noite de sexo ou várias noites seguidas que vão te deixar mais sensitivo pro mundo ou não. São as pessoas que você conhece, são as conversas que você tem aqui e ali. São momentos como esse que tem que ficar guardados dentro da gente pra sempre, momentos como esse que a gente tem que valorizar.

Aqueles 5 minutos que a gente tem pra dançar no nosso quarto sem ninguém ver são extremamente importantes pra gente se conhecer, saber o que está dentro de nós querendo sair. É isso que te define, é com isso que a gente tem que se preocupar. Cansei de ouvir gente que não está feliz por causa de 3 quilos a mais, por causa de um ou uma babaca que faz uma mancada e deixa a gente na maior bad do mundo. Se for pra ficar triste que você tenha motivos pra ficar. E quem sou eu pra julgar motivos ou não motivos pra se entristecer. Não vamos esquecer que quem vos fala é o menino que chora no meio da noite sem motivo algum, que decide tomar um banho no meio da tarde com música alta pra poder esconder as lágrimas junto a água. Ser todo sentimental assim é insuportável as vezes. Viver a base de emoções tem seus ups and downs a todo momento. Depender de como as pessoas vão responder aos seus sentimentos não é fácil.

Acho que eu passei a enxergar o mundo em 3D realmente. É como se eu entendesse o que as coisas querem dizer por estarem acontecendo, como se eu pudesse enxergar as razões e os sentimentos que as pessoas querem passar ao realizar algo ou dizer alguma coisa. 

É disso que eu to falando. 
De olhar pra dentro das pessoas e menos dentro de si mesmo.
De tocar as pessoas com um olhar ou com uma ligação só pra saber como o outro está.

Não acredito que eu vá mudar. Talvez eu seja esse bobo que acredita nas pessoas pra sempre. Talvez eu encontre pessoas assim por aí... Ou talvez isso seja só um sonho utópico meu, mais um no meio de um monte. Mas assim a gente vai levando. Tentando fazer todo mundo se enxergar.