quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cara ou coroa?

Para ler ouvindo: Closer to the Edge

Vira e mexe a gente se esbarra em certos limites.
Alguns deles são colocados por nós mesmos, outros a vida faz o papel dela e dificulta tudo.
Como eu sempre procuro pensar, vai da gente o modo de encarar esses limites.

Pode ser que você entenda o seu limite como o momento que não existem mais forças, você já deu tudo de si, já gastou toda a grana, suou tudo o que tinha e não consegue mais dar um passo. É uma certa exaustão, um cansaço físico e mental. É um limite que muitas pessoas não suportam, daí vira desistência. Porque chegar no limite e desistir são coisas completamente diferentes. Não necessariamente você precisa desistir quando chega no limite, vai daquele papo de como encarar as coisas. Esse limite de exaustão pode ser encarado como a hora de dar uma parada, deitar no chão frio da cozinha, olhar o teto por uns 20 minutos, ouvir uma nova música, conseguir respirar sem sentir dor e, só daí, levantar e voltar a caminhar.

Mas o seu limite também pode ser um limite emocional. Aquela hora que bate uma certa angústia, um certo desespero. Como se o seu corpo todo se contraísse para dentro, continuamente te remoendo. É aquela vontade de parar, de olhar tudo a seu redor e não ver nada. É um limite que a gente tem que lutar contra, mas infelizmente, não vai da gente essa neblina se dissipar. Esses são aqueles momentos que a gente precisa de uma luz externa pra nos ajudar. A gente sempre sabe o porque daquele limite estar ali, mas parece que sempre existem muitos fatores externos e que fazem muita diferença pra se tomar qualquer decisão, por isso que é muito mais fácil seguir os passos de alguém do que decidir por si só.

Limites também podem ser momentos de tomar decisões. Pequenas ou grandes são elas que mudam nosso caminho. E o que seriam os limites senão grandes momentos onde a gente precisa provar pra nós mesmos que nós estamos preparados pra agir e sabemos o que vamos fazer com a nossa vida. É o pequeno espaço de tempo em que você joga a moeda no ar e sabe exatamente o que quer que aconteça com ela. É a cara ou coroa mais difícil que a gente vai jogar.

Mas vem cá... Quem é que tem plena certeza do que quer ou do que tem planejado pra si?
Os meus limites tão cada vez mais próximos de mim, talvez eu já tenha chegado em vários deles e sinto como se não tivesse tomado nenhuma atitude, simplesmente tenha virado para trás e começado a andar sobre um caminho que eu já trilhei. Não sou um cara que toma tantas atitudes quanto gostaria. Tenho muito medo de tomar decisões sozinho. Não sou o durão, forte e sensato que eu procuro transparecer. As vezes acho que a maioria dos meus limites sou eu mesmo que coloco pra mim, como uma maneira de desistir mais facilmente das coisas.

Nesse exato momento tenho vários limites próximos a mim e não sei o que fazer com nenhum deles. Continuo no trabalho? Dou um gás no meu TCC? Ou deixo pro ano que vem? Invisto em mim? Invisto em alguém? Volto a dançar? Me dedico a dança? Mudo de casa? Faço tudo o que prometi pra todo mundo? Volto pra casa? Me formo? Participo da formatura? Faço festa? Namoro? Desisto de tudo e fico só vendo TV pra sempre?

Tá foda conseguir focar num limite só. Parece que a gente tá num pequeno quadradinho de terra, envolto a um abismo gigante. To torcendo é pra um grande pássaro vir me buscar e me levar pra longe desse buraco sem fim chamado vida.

domingo, 19 de agosto de 2012

Saudade da Sinceridade

Ninguém mais da atenção pras outras pessoas hoje em dia.
Ninguém mais se valoriza, ou valoriza o que têm com outro alguém.
Dizer que falta amor é um pouco forte... Mas falta aquela conexão entre as pessoas.
Todo mundo tá tão focado no seu próprio mundinho, nas suas coisas, no seu trabalho, na sua faculdade.


Ninguém depende de ninguém né?

Eu cansei de correr atrás de quem não te dá atenção. Amores, amigos ou família.
Parece que a gente só apanha quando precisa só de um carinho, de uma palavra de afeto.

Se toquem, vocês!
No fim de tudo, quando a solidão bater, não vai ser seu computador que vai te abraçar, não vão ser os seus artigos premiados que vão te consolar.

Já são poucas oportunidades que a gente tem hoje em dia pra olhar no olho de alguém e poder se sentir bem.
Se sentir abraçado com o olhar sabe?
Poder abraçar de verdade. Sem ser um abraço rápido entre um compromisso e outro.

Abraçe mais!
Sinta mais!
Fale o que você está sentindo!

E por favor, não seja um idiota e troque seus amigos por dormir um pouco mais. Não troque um abraço na sua família por uma carona pra balada.

De coisas ruins a gente sabe que o mundo tá cheio.
Não seja uma delas.

E um último adendo:
"O segredo é nunca desistir das pessoas, mesmo apanhando, que uma hora ou outra, entre as decepções, aparece alguém que faz seu coração vibrar (e não estou falando de um amor,mas de gente que vale a pena)" -Henrique Tobias