Para ler ouvindo: Closer to the Edge
Vira e mexe a gente se esbarra em certos limites.
Alguns deles são colocados por nós mesmos, outros a vida faz o papel dela e dificulta tudo.
Como eu sempre procuro pensar, vai da gente o modo de encarar esses limites.
Pode ser que você entenda o seu limite como o momento que não existem mais forças, você já deu tudo de si, já gastou toda a grana, suou tudo o que tinha e não consegue mais dar um passo. É uma certa exaustão, um cansaço físico e mental. É um limite que muitas pessoas não suportam, daí vira desistência. Porque chegar no limite e desistir são coisas completamente diferentes. Não necessariamente você precisa desistir quando chega no limite, vai daquele papo de como encarar as coisas. Esse limite de exaustão pode ser encarado como a hora de dar uma parada, deitar no chão frio da cozinha, olhar o teto por uns 20 minutos, ouvir uma nova música, conseguir respirar sem sentir dor e, só daí, levantar e voltar a caminhar.
Mas o seu limite também pode ser um limite emocional. Aquela hora que bate uma certa angústia, um certo desespero. Como se o seu corpo todo se contraísse para dentro, continuamente te remoendo. É aquela vontade de parar, de olhar tudo a seu redor e não ver nada. É um limite que a gente tem que lutar contra, mas infelizmente, não vai da gente essa neblina se dissipar. Esses são aqueles momentos que a gente precisa de uma luz externa pra nos ajudar. A gente sempre sabe o porque daquele limite estar ali, mas parece que sempre existem muitos fatores externos e que fazem muita diferença pra se tomar qualquer decisão, por isso que é muito mais fácil seguir os passos de alguém do que decidir por si só.
Limites também podem ser momentos de tomar decisões. Pequenas ou grandes são elas que mudam nosso caminho. E o que seriam os limites senão grandes momentos onde a gente precisa provar pra nós mesmos que nós estamos preparados pra agir e sabemos o que vamos fazer com a nossa vida. É o pequeno espaço de tempo em que você joga a moeda no ar e sabe exatamente o que quer que aconteça com ela. É a cara ou coroa mais difícil que a gente vai jogar.
Mas vem cá... Quem é que tem plena certeza do que quer ou do que tem planejado pra si?
Os meus limites tão cada vez mais próximos de mim, talvez eu já tenha chegado em vários deles e sinto como se não tivesse tomado nenhuma atitude, simplesmente tenha virado para trás e começado a andar sobre um caminho que eu já trilhei. Não sou um cara que toma tantas atitudes quanto gostaria. Tenho muito medo de tomar decisões sozinho. Não sou o durão, forte e sensato que eu procuro transparecer. As vezes acho que a maioria dos meus limites sou eu mesmo que coloco pra mim, como uma maneira de desistir mais facilmente das coisas.
Nesse exato momento tenho vários limites próximos a mim e não sei o que fazer com nenhum deles. Continuo no trabalho? Dou um gás no meu TCC? Ou deixo pro ano que vem? Invisto em mim? Invisto em alguém? Volto a dançar? Me dedico a dança? Mudo de casa? Faço tudo o que prometi pra todo mundo? Volto pra casa? Me formo? Participo da formatura? Faço festa? Namoro? Desisto de tudo e fico só vendo TV pra sempre?
Tá foda conseguir focar num limite só. Parece que a gente tá num pequeno quadradinho de terra, envolto a um abismo gigante. To torcendo é pra um grande pássaro vir me buscar e me levar pra longe desse buraco sem fim chamado vida.
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